O sabor das uvas

BRASIL, Serra Catarinense - SC

Autor: Luciana Lancellotti

Foto: Serra Catarinense (Foto: Revista Unquiet)

22/07/2022

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#viagem em família     

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Vinhedos de Monte Agudo (Foto: Revista Unquiet)

ROTA DOS VINHOS

Pense em um vinho nacional. Qualquer um. E então? Muito provavelmente você imaginou um espumante ou um Merlot da serra Gaúcha. Talvez um Syrah do vale do São Francisco. Mas é pouquíssimo provável que tenha imaginado um rótulo catarinense – bem, a menos que você seja um catarinense da gema, que conheça a rota dos vinhos e se orgulhe dela.

Aos poucos, essa realidade tem tudo para se modificar, graças a exemplares, principalmente brancos, que revelam: a produção vinícola da região serrana de Santa Catarina entrou no jogo para competir de igual para igual com rótulos das áreas vinícolas brasileiras mais conhecidas. E os elogiados Sauvignon Blanc produzidos ali não estão para brincadeira.

Com vinhedos cultivados entre 900 e 1.400 metros acima do nível do mar, a serra Catarinense é considerada a região mais fria do Brasil e, por conta disso, a colheita das uvas por aqui é a mais tardia entre as outras áreas vitivinícolas do país. Os turistas agradecem, já que ganham mais tempo para poder acompanhar a vindima na rota dos vinhos.

Na serra Gaúcha, por exemplo, a época de colheita, quando as videiras estão carregadas, costuma terminar no início de março. Já em Santa Catarina esse período pode se estender até maio, cheio de peculiaridades.

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Serra do Rio da Rastro (Foto: Revista Unquiet)

COMO CHEGAR

Para quem curte pegar a estrada, a serra Catarinense é um destino e tanto. A partir de Florianópolis, segue-se pela BR-282 e, 139 km depois, chega-se a Bom Retiro, quando é a vez de tomar a SC-110 e dirigir por mais 27 quilômetros, rumo a Urubici. É um belo caminho, bastante sinuoso, que corta as montanhas e parece desafiar a altitude, que por aqui chega a 1.800 metros.

Ao todo, a serra Catarinense abrange 17 cidades. Um programa perfeito, que explore as belezas naturais e inclua as principais vinícolas de altitude (são 19, ao todo), passa por três delas: Urubici, Bom Retiro e São Joaquim, principalmente esta última, a mais fria do Brasil.

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Inscrições Rupestres em Ubirici (Foto: Gus Valentim/Flickr)

UBIRICI

Por ser central e contar com uma boa oferta de hospedagem e restaurantes, Urubici é o melhor lugar para se ficar. Dali se chega rápido a São Joaquim, onde estão as vinícolas mais conhecidas, e se tem acesso a vários passeios ligados à natureza. Um dos mais emocionantes é a descida da serra do Corvo Branco, encravada na borda da serra Geral, até a cidade de Grão-Pará.

O início da descida serpenteia entre dois imponentes paredões de rocha arenítica e as curvas fechadas e íngremes garantem uma vista espetacular – aqui, nunca é demais reiterar que é imprescindível ser muito hábil na direção e contar com freios em excelentes condições. A estrada, ao lado da serra do rio do Rastro, já foi considerada a mais perigosa do Brasil.

A mesma estrada dá acesso ao morro da Igreja, a 1.822 metros de altitude, de onde se avista a emblemática serra Furada – o nome vem de uma formação rochosa com um buraco de 45 metros de altura por 8 de largura, que se avista a 100 quilômetros de distância.

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Vinícula Thera (Imagem: Revista Unquiet)

BOM RETIRO

A 35 quilômetros de Urubici, Bom Retiro é a o município serrano mais próximo do litoral catarinense e abriga o morro da Boa Vista, ponto mais alto do Sul do Brasil, com 1.827 metros de altitude. Vales, cachoeiras, grutas e serras são o cenário perfeito para praticar atividades como escaladas, trekking e até mesmo voo livre. A cidade também sedia a vinícola com pegada mais descolada da região – Thera, que além de contar com wine bar e bistrô, abriga uma pousada com sete apartamentos.

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São Joaquim (Foto: Marinelson Almeida/Flickr)

SÃO JOAQUIM

Considerada a “terra da maçã”, São Joaquim é o ponto mais visitado da serra. E aqui vai uma dica: se ideia for viajar exclusivamente para curtir as vinícolas locais, esse é o lugar para se hospedar. Quem for visitar São Joaquim no inverno pode ter de enfrentar pisos escorregadios – devido à geada e até neve. Nada que o seu Mitsubishi 4×4 não tire de letra. O frio, por falar nele, é o que atrai os turistas – nessa estação, porém, as videiras hibernam. Melhor vir no verão ou no início do outono para, além de aproveitar a colheita, não encontrar a cidade lotada.

Aqui se concentram a Pericó, única do Brasil a produzir o icewine; Leone di Venezia, exclusiva na serra catarinense na elaboração do vinho laranja; Villa Francioni, emblemática, com a maior estrutura da região; e a Vinhedos de Monte Agudo, que foca o enoturismo na experiência gastronômica.

Com calma, dá para agendar visitas em todas, dedicando meio dia a cada uma. Ou, melhor ainda, se hospedar nas que trabalham com pernoite.

Venha com calma, dirija confortavelmente e se prepare para se surpreender com a região. Ah, não se esqueça de reservar espaço no porta-malas para trazer boas garrafas da produção local.

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Vinícula Villa Francioni (Foto: Revista Unquiet)

QUANDO IR

Embora a maior parte das vinícolas fique aberta durante todo o ano e no inverno seja possível visitá-las e até mesmo se hospedar nelas, o ideal é aproveitar o verão e o outono para encontrar as vinhas carregadas e conhecer o processo da vindima. No verão, outra vantagem é encontrar céu azul e limpo e se pode avistar e registrar melhor a paisagem local.

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Vinícula Pericó (Foto: Revista Unquiet)

PERICÓ

Instalada em uma bela propriedade com 450 hectares no vale do Pericó, esta vinícola tem vinhedos cultivados a 1.300 metros de altitude. É a única a produzir, no Brasil, o icewine, vinho doce com acidez elevada, produzido sobretudo na Alemanha e no Canadá. Abre aos visitantes sob agendamento, apenas durante a época da vindima. A visita pode incluir workshops e termina com uma degustação de vinhos com maçãs, em um belo mirante.

CONHEÇA A VINÍCULA PERICÓ

LEONE DI VENEZIA

A 1.280 metros acima do nível do mar, cultiva em seus vinhedos apenas uvas de origem italiana. É a única do estado a produzir o vinho laranja, que aqui recebe o nome de Oro Vecchio. Trata-se de um vinho de tradição ancestral que voltou a ser abordado nos últimos anos, produzido a partir da maceração de uvas brancas com a casca, o que resulta em sua cor alaranjada e outras características que o tornam único. A vinícola tem uma pousada, com apenas quatro suítes, e uma vista incrível para a floresta de araucárias. Degustações e jantar harmonizado estão incluídos no pacote de fim de semana.

CONHEÇA A VINÍCULA LEONE DI VENEZIA

VINHEDOS DO MONTE AGUDO

Vinícola boutique com enoturismo focado em gastronomia. No espaço gourmet, instalado na colina mais alta da propriedade, são organizados almoços e jantares harmonizados, com pratos à base de ingredientes locais, como truta, queijo frescal e maçãs, criados pela chef Kathia Rojas Yunis. Atente-se para a vista, debruçada para os vinhedos. A vinícola também organiza sunsets com degustações harmonizadas sob a luz de um magnífico pôr do sol.

CONHEÇA OS VINHEDOS DO MONTE AGUDO

VILLA FRANCIONI

Construída em declive, a vinícola mais conhecida da serra Catarinense chama atenção na paisagem local. É certamente a mais completa a visitar, com passeio guiado pelos seis andares, projeção de filme com a história da casa, galeria de arte e sala de degustação. Pergunte pelo “rosé da Madonna” e aproveite para trazer algumas garrafas para casa: em 2009, durante uma visita ao Brasil, a cantora gostou tanto do VR Rosé ali produzido que levou uma garrafa para o hotel.

CONHEÇA A VINÍCULA VILLA FRANCIONI

THERA

Com vinhedos a 1.300 metros e foco em brancos, rosés e espumantes, é uma das produtoras mais modernas da região. A concepção, idealizada pelo Studio Archea, do arquiteto italiano Marco Casamonti, se equilibra em vinho + arte + natureza. Vale lembrar que Casamonti assina o projeto da aclamada Villa Antinori, na Toscana, Itália. Quem se hospeda na pousada local, com apenas sete apartamentos, pode apreciar pratos da cozinha regional no wine bar, que também abre para o público sob reserva e oferece degustações conduzidas por um sommelier. O projeto, ambicioso, pretende abrigar condomínio residencial, parque de artes e centro equestre.

CONHEÇA A VINÍCULA THERA

CASA DO VINHO

Endereço ideal para descobrir e comprar vinhos da serra Catarinense. O proprietário, seu Vilson, tem o maior prazer em trazer exemplares para que sejam degustados. A casa comercializa em média 20 mil garrafas por ano. O rótulo mais vendido é o Joaquim, da Villa Francioni, um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot.

CONHEÇA A CASA DO VINHO
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Montês Restaurante (Foto: Revista Unquiet)

TABERNA PIZZARIA

Muito frequentada pelos locais, é considerada a melhor pizzaria da cidade, com ambiente simples, serviço atencioso e uma carta de vinhos para escolher o melhor rótulo catarinense e harmonizar com sua pizza.

CONHEÇA A TABERNA

RESTAURANTE PEQUENO BOSQUE

Bom para ir a dois – o ambiente é mais formal que a maioria dos restaurantes locais. A casa tem menu variado, com pratos italianos contemporâneos, de massas e carnes a risotos, além de pizzas e fondues. Outro bom lugar para harmonizar os vinhos locais.

CONHEÇA O PEQUENO BOSQUE

RISTORANTE TOSCANO

O forte da casa são as carnes grelhadas e os hambúrgueres artesanais. Prepara tábuas de queijos e frios no capricho, que pedem a companhia de um bom vinho. O ambiente é aconchegante, à meia-luz.

CONHEÇA O RISTORANTE TOSCANO

MONTÊS RESTAURANTE

No ambiente agradável, entre o rústico e o contemporâneo, são servidos pratos com influências variadas e destaque para a culinária típica serrana. A carta de vinhos é extensa, com inúmeros produtores regionais. Se a ideia for dar um tempo dos vinhos entre uma degustação e outra, é possível harmonizar os pratos com cervejas artesanais.

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Pousada Serra Catarinense (Foto: Revista Unquiet)

POUSADA SERRA CATARINENSE

Nesta pousada próxima às principais vinícolas, é o proprietário, Marco, quem recepciona os hóspedes e apresenta as três categorias de cabanas e chalés, identificadas com nomes de pássaros. Todos equipados com lareira, lençóis térmicos, secador de cabelos, chaleira elétrica, entre outras comodidades. A propriedade oferece estacionamento privativo e wi-fi gratuitos.

CONHEÇA A POUSADA SERRA CATARINENSE

POUSADA PEDRA PRETA

A 15 km do centro, é um lugar para fazer uma imersão na natureza. A pousada está instalada dentro de um parque, com 550 mil metros quadrados de área verde, a 38 km da Pedra Furada e do Cânion Morro da Igreja. Os diferenciais variam, de acordo com os chalés: todos são equipados com lareira, alguns contam com banheira de hidromassagem ou ofurô, varanda térrea com vista para o jardim, entre outros. A pousada conta com um restaurante, onde os jantares são servidos entre as 19h e 20h. Estacionamento em frente à porta do chalé.

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REFÚGIO DO INVERNADOR

Seis cabanas muito aconchegantes e exclusivas para casais, com lareira, aquecedor, roupa de cama de algodão com 300 fios, banheira de hidromassagem, wi-fi, entre outras comodidades. O café da manhã é oferecido em uma cesta, deixada na varanda da cabana de acordo com horário combinado. Fica a 15 quilômetros do Morro da Igreja e uma recepção bem informada sobre as atividades na região. O lugar não tem restaurante.

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Galeria

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Serra do Corvo Brando (Foto: Gus Valentim/Flickr)

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Parque Nacional de São Joaquim (Foto: Otávio Nogueira/Flickr)

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Morro da Igreja (Foto: Renato Soares-MTur/Flickr)

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Vinícola Leone di Venezia (Foto: Revista Unquiet)

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