O céu que nos protege

CHILE, Atacama

Autor: Luciana Lancellotti

Foto: Atacama (Foto: Revista Unquiet)

22/07/2022

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#Aventura 4x4     

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Salar de Atacama (Foto: Explora Atacama)

ATACAMA

Encravado entre os Andes e o Pacífico, o Atacama, no norte do Chile, é um dos destinos mais impactantes do planeta. Com seus 105 mil quilômetros quadrados e alguns superlativos de peso: é o deserto mais árido e também o mais alto do mundo (2.450 metros), abriga o maior salar do Chile, homônimo do deserto, com 3.051 quilômetros quadrados, e o terceiro maior campo geotérmico do globo, os gêiseres de Tatio, atrás de Yellowstone (EUA) e do vale dos Gêiseres (Rússia).

Além disso, na cratera um de seus maiores símbolos, o imponente vulcão Licancabur (5.916 metros), está a lagoa com a quinta maior altitude do mundo.

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(Foto: Explora Atacama)

ATRAVESSANDO O DESERTO

Cortar o Atacama pela longa estrada numa viagem 4×4 reta a paisagem árida, emoldurada pelo céu sempre limpo, já é, em si, uma experiência. Pelo caminho, brotam crateras e dunas, lagoas de água espelhada… Surgem vicunhas, flamingos de cor rosa brilhante, raposas cinzentas… E quando baixa a poeira acobreada varrida pelo vento, começam a despontar as animitas, como são chamados os pequenos santuários improvisados à beira das estradas, pedras empilhadas em memória das vítimas de acidentes na pista ou em alguma mina local. Um conjunto sem igual no mundo.

Um bom passeio pelo Atacama, explorando sua diversidade, merece uma semana, incluindo chegada e partida. Para isso, a melhor base é a cidade de San Pedro de Atacama, antigo povoado que se desenvolveu no coração do deserto. Com ruas de terra batida ladeadas por casotas de adobe, é onde pulsa a vida na região, com seu vaivém de mochileiros entre as cores vívidas do artesanato local, e o movimento de restaurantes e bares – tudo muito rústico e intenso.

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San Pedro de Atacama (Foto: Gonzalo Malpartida/Flickr)

SAN PEDRO DE ATACAMA

Os melhores hotéis ficam no entorno da cidade. Além de garantirem conforto e doses de luxo aos hóspedes, têm expertise e estrutura para programar visitas aos vales da Lua e da Morte, aos salares de Atacama e de Tara, às lagoas altiplânicas e aos incontornáveis gêiseres de El Tatio. Nesses hotéis, os passeios podem ser ainda mais personalizados, a escolher entre diferentes níveis de dificuldade, e até mesmo contratados como tours privados. Observação astronômica na companhia de guias especializados? Tem. Passeios de mountain bike até a lagoa Cejar? Também. Escalar o vulcão Cerro Toco? É pra já.

Quem tem a oportunidade de dirigir no Atacama mergulha em uma experiência libertadora – e a viagem 4×4 a bordo de um Mitsubishi pode-se embarcar nessas aventuras cênicas para todo lado do deserto. Valem, porém, algumas recomendações: saber administrar a quantidade de combustível é imprescindível, já que só há um posto disponível, em San Pedro de Atacama, ou seja, longe das principais atrações.

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Estrada de San Pedro de Atacama (Foto: Alessandro M./Flickr)

PASSEIOS PELO DESERTO

No geral, as estradas são bem conservadas. As Rutas 23 e 27, utilizadas para chegar às lagunas Cejar e Altiplânicas, ao Salar de Tara e aos vales da Lua e da Morte, contam com duas faixas pavimentadas, em mãos opostas. Já a B-245, que leva até os gêiseres de El Tatio e descortina vistas incríveis para vulcões e lagos, combina pistas pavimentada e de cascalho, com mudanças drásticas de elevação e curvas acentuadas, cortando áreas remotas. Na metade do trajeto, que dura em média uma hora, já é possível sentir a falta de oxigênio, desconforto que geralmente se mantém até a chegada ao topo da estrada, a 4.565 metros de altitude. Sem contar o frio, já que quanto mais alto, menor a temperatura. Outro detalhe: ainda vai estar escuro, porque é preciso madrugar para sair do hotel às 4h e chegar antes do amanhecer para acompanhar o espetáculo natural dos jatos d’água e de vapor. E isso só acontece quando há contraste do ar gelado com a água em ebulição.

Por isso, é recomendável deixar a visita aos gêiseres para após três ou quatro dias na região, quando o corpo já está mais ajustado à altitude. Além de exigir habilidade como motorista, pegar a estrada até os gêiseres é tarefa que exige boas condições físicas e sangue frio. Sendo assim, mesmo para quem se considera excelente motorista, vale considerar o passeio programado pelo hotel.

Outras rodovias necessariamente utilizadas são a B-241, de cascalho, que leva às lagunas escondidas de Baltinache, e a B-355, que segue até o salar de Atacama, 100% pavimentada.

Outro ponto importante é o fato de que smartphones funcionam no Atacama, mas o sinal não está disponível em toda parte. Por isso, trate de baixar previamente os mapas da região e se informar muito bem sobre rotas e localizações antes de pegar a estrada – lembre-se, você está, literalmente, em um deserto e pode ficar muito tempo sem ver outro carro, dependendo do caminho que escolher. Os faróis devem estar sempre ligados e toda atenção é pouca com relação à travessia de animais selvagens, que certamente vão cruzar o caminho. Já na cidade, a regra é dirigir “devagar, quase parando”, porque as ruas de terra, estreitas, são tomadas pelos viajantes.

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Lhamas em San Pedro de Atacama (Foto: Ana Raquel S. Hernandes/Flickr)

QUANDO IR

Em qualquer época é possível visitar o Atacama, onde o clima constante é seco e ensolarado, e o índice pluviométrico médio é de 1mm ao ano. Primavera e outono são as melhores estações: além das temperaturas mais amenas, oscilando entre 8ºC e 24ºC em média, há menos turistas e os preços são mais convidativos. Independentemente da estação, leve roupas leves e de frio, trajes de banho, sapatos confortáveis e nem pense em dispensar o filtro solar.

Venha com o espírito preparado para madrugar todo dia, se quiser aproveitar o melhor dos passeios. O esforço será sempre recompensado, já que as paisagens mais radiantes do Atacama se formam quando amanhece e ao anoitecer. E se as noites de lua cheia são mágicas por aqui, convém escolher outra fase, se a sua ideia for observar as estrelas. Acredite, vai valer a pena, qualquer que seja sua escolha.

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(Foto: Revista Unquiet)

ONDE FICAR

Não há erro ao escolher qualquer um desses hotéis, muito confortáveis e com excelente infraestrutura para aproveitar ao máximo a estadia no deserto. Todos contam com excelente gastronomia e oferecem passeios diferenciados pelo Atacama com guias especializados.

O Awasi, que integra a rede Relais&Châteaux, fica a uma curta caminhada do centro de San Pedro de Atacama. É um lodge luxuoso, com cabanas de adobe, cada uma delas com pátio privativo e ducha ao ar livre.

Já no Tierra Atacama, todos os quartos têm terraços privativos com vista para o vulcão Licancabur. É possível optar pela estadia all-inclusive, com traslados, todas as refeições (exceto bebidas e vinhos premium) e duas excursões de meio dia ou uma de um dia.

Para contemplar o céu no Atacama e, de preferência, com uma chuva de estrelas, o veterano Explora tem o maior observatório privado do país. As quatro piscinas aquecidas do hotel são interligadas, ideais para relaxar aproveitando o silêncio e recuperar as forças para o dia seguinte.

O Nayara Alto Atacama propõe um contato intenso com o entorno: o luxuoso alojamento parece abraçado pelas ruínas de Pukara de Quitor, com o Rio San Pedro serpenteando ao lado. As seis piscinas externas se debruçam para as montanhas vermelhas do Valle de Catarpe.

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(Foto: Revista Unquiet)

ONDE COMER

A rua mais movimentada de San Pedro de Atacama é a Caracoles, onde fica o Café Adobe Um dos pratos típicos locais é a patasca, sopa à base de milho, carne, cebola e batatas, que aquece na medida as noites frias do deserto. No restaurante Las Delicias de Carmen é preparada a mais famosa da cidade. O lugar é simples e serve pratos fartos da cozinha tradicional atacamenha.

Na Caracoles funciona também o Café Adobe, ponto de encontro tradicional onde são preparadas pizzas, carnes e peixes. Prove o ótimo Pisco Sour preparado com Rica Rica, erva recomendada pelos locais para aliviar o sorocho, como é chamado o incômodo resultante da altitude.

Na mesma rua, uma opção clássica é o La Casona, ótimo para quem curte um bom corte de carne. À mesa, nos dois salões espaçosos, brilham as parrilladas, devidamente harmonizadas com os vinhos chilenos. A casa conta, ainda, com um pequeno pátio para refeições ao ar livre.

Para algo mais intimista e típico, o Baltinache é comandado pela mapuche Marta. Geralmente com menu fechado, prioriza ingredientes locais, como quinoa, batatas roxas, carne de llama, entre outros.

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(Foto: Revista Unquiet)

NA ESTRADA

Além da CNH válida no Brasil, é obrigatório portar a Permissão Internacional para Dirigir (PID), que deve ser solicitada em um Centro de Formação de Condutores (as antigas autoescolas), no estado onde o veículo foi habilitado. Saiba mais sobre os procedimentos aqui. Para entrar no Chile dirigindo um veículo particular com placa estrangeira, é preciso solicitar a declaração de admissão ou saída temporária e comprovar a contratação do seguro internacional para o veículo (SOAP). Os detalhes sobre a documentação e os procedimentos podem ser encontrados no site do Serviço Nacional de Aduanas chileno ou em um dos consulados chilenos no Brasil.

MAPA DE ROTAS

Galeria

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(Foto: Dan Lundberg/Flickr)

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(Foto: Revista Unquiet)

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