Fora-de-estrada no sertão
A mais de 400 quilômetros de Salvador, no oeste baiano, fica o playground perfeito para se divertir com o seu Mitsubishi 4x4
BRASIL, Chapada Diamantina - BA
Autor: Luiz Maciel
Foto: Serra do Espinhaço/Chapada Diamantina (Foto: Upslo/Flickr)
01/02/2021
A Chapada Diamantina tem pouco mais de 41 mil quilômetros quadrados – ou seja, é um tiquinho menor que o estado do Rio de Janeiro. Explorá-la exige espírito de aventura não só pelas dimensões, mas pelo terreno, repleto de aclives, vales e vilarejos, alguns deles alcançados só por meio de caminhadas, outros de 4x4 e, em ambos os casos, sempre na companhia de um guia local. Com essas dimensões, você pode estabelecer bases diferentes para os muitos passeios à disposição – vai precisar de uma semana a dez dias para conhecer os principais deles.
O principal ponto de apoio é Lençóis, maior cidade da região, que fica a 410 quilômetros a noroeste de Salvador pela BR 324 e depois a BA 488 e BA 242. Vale fazer esse trajeto mais rápido pelas rodovias e deixar para colocar o seu Mitsubishi em modo off-road quando chegar lá.
Fundada no século 19 por causa da descoberta de diamantes (daí o nome da região), Lençóis tem aquela mistura deliciosa de charme colonial, clima de aventura e jeito de esquina do mundo, com gringos de todo tipo (Jimmy Page, do Led Zeppelin, era tão habitué que acabou comprando uma casa em Lençóis - hoje anda sumido).
Os passeios mais bacanas a partir de Lençóis são os que levam às grutas da Torrinha e da Pratinha, à Cachoeira dos Mosquitos e ao Morro do Pai Inácio. A Gruta da Torrinha, com uma sequência de 60 metros de estalactites, é deslumbrante – e dá pra explorá-la à vontade. Já na Pratinha, o melhor é a flutuação no rio que corre lá dentro. O caminho para as grutas passa pelo Morro do Pai Inácio, o cartão-postal mais conhecido da Chapada. O ideal é ir no final de tarde, estacionar o seu Mitsubishi e subir a pé os 300 metros até o alto, para avistar os principais pontos geográficos da Chapada, ainda mais encantadores no pôr do sol.
As outras cidades que servem de base para passeios são Andaraí (mais próxima do Poço Azul e da Cachoeira Donana), Mucugê (cuja maior atração é o Cachoeirão, que brota de um paredão em forma de meia lua) e Ibicoara (no sul da Chapada, com acesso para as cachoeiras do Buracão e da Fumacinha). Todas têm pousadas simples e serviços, como o de guias, imprescindíveis nas estradas desertas e nada sinalizadas da região.
Dois vilarejos merecem entrar no roteiro: Igatu, distrito de Andaraí, uma inusitada vila com casas de pedra, única no país, e o Vale do Capão, no município de Palmeiras, onde fica a Vachoeira da Fumaça, que despenca de 380 metros – a cortina d’água é tão fina que baila ao vento e mal toca o chão.
Vale a pena deixar o carro de lado também para fazer um dos grandes trekkings da Chapada. São eles o Lençóis-Vale do Capão (25 quilômetros, mas a maior parte em percurso plano), Pai Inácio-Vale do Capão (18 quilômetros, com o pedaço mais desafiador na subida do Morro do Pai Inácio) e Pai Inácio-Lençóis (15 quilômetros, bem plana, dá até para fazer com crianças).
Esse é um lugar que recebe bem os visitantes o ano inteiro, mas é radiante entre março e setembro, quando dificilmente chove. O período mais chuvoso é de novembro a janeiro, quando muitos trekkings são cancelados – e as estradinhas se enchem de lama, desafiando os condutores mais ousados. Aqui você pode colocar à prova toda a tecnologia de um Mitsubishi 4x4. Ele vai passar fácil. Para quem gosta de um fora-de-estrada mais radical, é o paraíso.
O hotel mais elegante e confortável é o Refúgio na Serra (refugionaserra.com.br), que acaba de abrir suas portas para hóspedes exigentes, que possuam o mais simples dos gostos, ou seja, se contentam apenas com o melhor. Localizado no coração da Chapada Diamantina, em Mucugê. O projeto, que leva a assinatura da Gam Arquitetos, fica no centro da cidade tombada e revela-se um verdadeiro refúgio. “Em um ambiente rico por natureza, onde uma jaqueira centenária encontra-se rodeada por diversas árvores frutíferas, 12 unidades do hotel proporcionarão aos hóspedes uma imersão nesse ambiente natural, tranquilo e agradável”, palavras de Fabiano Borré, o proprietário desta pousada, que possui o Selo Circuito Elegante – SCE e que oferece aos clientes Mitsubishi benefícios exclusivos em suas reservas, vale conferir!
CONHEÇA MAIS SOBRE O REFÚGIO NA SERRAA culinária do sertão baiano – rica com frutas, legumes e carnes secas – é uma atração à parte. Os restaurantes Bistrô Café do Mato e Quilombola (Rua das Pedras) são referências de comida regional. Com toques contemporâneos, o Roda d’Água (Rua Altina Alves, 747) é uma boa pedida para quem prefere um cardápio mais variado. O peixe grelhado com risoto de limão é um clássico da casa.
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